terça-feira, 27 de maio de 2008

Festa Brava/Affiction

A tradição moderna, ou contemporânea, da tourada, tal como a conhecemos, em Portugal – a agora chamada “tourada à antiga portuguesa” – é uma diversão que se tem vindo a definir desde o século XVIII no contexto das formas de lazer. Em praças com estruturas improvisadas e temporárias, as touradas tornam-se divertimento popular e aristocrático em simultâneo, beneficiando das atenções da Família Real quando têm lugar em Lisboa, particularmente em frente ao Paço da Ribeira, antes do terramoto de 1755.
A paixão pelo fenómeno tauromáquico identifica e projecta a identidade moitense que se mostra e repete de terra em terra. Este fenómeno para muitos parece estranho, em pleno século XXI, se encontrem indivíduos nos lugares mais recônditos do país que se afirmam como corajosos e talentosos na arte de enfrentar o touro.
Ao longo dos anos a Moita sedimentou uma notoriedade relevante no panorama tauromáquico português, facto que actualmente identificamos decorrer da importância da Feira Taurina que se realiza em Setembro por altura das Festas em Honra da Nossa Senhora da Boa Viagem. No final do século XIX Moita granjeava cobertura de relevo nos principais jornais nacionais, como o “Diário Ilustrado”, “Diário de Noticias” e “O Século”.
As companhias ferroviárias chegavam a fazer preços baixos nas viagens para a Moita, para quem vinha de Setúbal ou Barreiro. Mas muitas eram as pessoas que vinham a pé ou de cavalo e mesmo de bicicletas.
Nos dias de hoje esta tradição mantém-se bastante vincada e os espectáculos tauromáquicos são os que mais despertam interesse à população. Em época festiva, as corridas na Praça de Touros Daniel do Nascimento e as largadas populares na Avenida Dr. Teófilo Braga são acontecimentos de grande relevância para os moitenses e visitantes.

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